Dentro de um Vulcão!
A cidade de Angra do Heroísmo é demarcada pelo imponente Monte Brasil, um geossítio formado por um antigo vulcão, extinto, formado no mar e que mais tarde se juntou a Angra. Está rodeado pelas muralha da fortaleza de São João Baptista, também designado por Castelo de São Filipe, tendo significado uma excelente linha de defesa no passado.
Como visitar?
A visita ao Monte Brasil pode ser feita de carro ou a pé. Ambas permitem conhecer a beleza deste tesouro. Caso optes por fazer a pé, sugiro que sigas o PR 4 - Monte Brasil . Durante o percurso, irás encontrar pequenos bosques até chegares aos miradouros. Nós optámos por fazer de carro, porque apanhámos um dia um pouco chuvoso e muito incerto e como tínhamos alugado um tipo de carro que nos permitiria fazer alguns trilhos mais inacessíveis, resolvemos não arriscar a pé.
Actualmente a fortaleza, e toda a área do Monte Brasil, pertence ao exercito português e tem um horário de circulação, para automóveis, semelhante ao horário laboral (9h-17h, sendo que poderá sofrer algum tipo de actualização).
1. Fortaleza de São João Baptista ou Castelo de São Filipe
A fortaleza de São João Baptista foi considerada a maior construída pelos espanhóis em terras por eles conquistadas. A sua construção foi iniciada em 1952 por ordem de Filipe II de Espanha, por isso no passado teve a designação de Castelo de São Filipe.
Todo o edifico da fortaleza pertence ao exercito português, e por isso encontra-se encerrado ao público. Pessoalmente achamos uma pena porque dentro do recinto amuralhado existe uma igreja, a Igreja de São João Baptista, que parece ser bastante bonita!
A partir daqui entramos na Reserva Florestal do Monte Brasil!
2. A Pedreira
Em vários locais do Monte Brasil foram abertas pedreiras com o intuito de extrair pedra para a construção das muralhas e de outros edifícios.
3. Caldeira
Este será o local onde "tudo aconteceu". Esta era a caldeira do vulcão que deu origem ao Monte Brasil. A formação do Monte Brasil envolveu três erupções vulcânicas que deram origem a outras zonas, nomeadamente o Pico do Facho e do Zimbreiro, o Pico das Cruzinhas e o Pico da Quebrada. Actualmente este espaço é utilizado como campo de tiro do Regime de Guarnição nº1.
Começámos por subir até ao Pico da Quebrada.
4. Pico da Quebrada e Miradouro Vigia das Baleias
O Pico da Quebrada é um dos miradouros do Monte Brasil virados para mar. Este local era um dos pontos preferenciais para a vigia da baleia na época em que se praticava a caça da baleia.
Sabiam que?
Os postos de vigia das baleias era equipados com binóculos, relógio, prato azimutal (ferramenta cartográfica) e banco de vigia, e permitiam ao operador localizar, identificar, quantificar e determinar o rumo da velocidade das baleias, dados esses essenciais para as caçadas. Cabia ao vigia alertar os baleeiros através de foguetes e orientá-los com panos de sinalização, fumos e bandeiras. Ouvindo os foguetes depressa os caçadores corriam ao porto e em barcos dirigiam-se ao mar. Era içada uma bandeira branca que após a captura, vinha para meia haste, de forma a que em terra se fossem preparando para esquartejar e derreter os pedaços de gordura das baleias. Na época esta matéria prima era utilizada como combustível.
5. Pico do Facho
O Pico do Facho é outro dos pontos mais elevados do Monto Brasil. Este local foi escolhido para instalar a Telegrafia Óptica (ou visual), que desempenhou um papel crucial de defesa da ilha e até para a caça da baleia.
No mastro eram colocados "signães", balões com números, que davam indicações ao porto de Angra. Cada número significava uma situação. A bandeira içada no mastro significava que o telegrafo ainda estava em funcionamento, caso a bandeira já não estivesse içada, significava que este estava fora de serviço.
6. Pico das Cruzinhas
No Pico das Cruzinhas foi erigido um monumento para comemorar o V Centenário dos Descobrimentos dos Açores (1432). A sua forma tenta reproduzir o padrão que os navegadores portugueses usavam como marca da sua passagem por territórios conquistados, naquela época.
A designação de "Cruzinhas" já é antiga, pois aquele lugar já recebia o nome de "Monte das Cruzes" no século XVII. Contudo, as "cruzes" não teriam uma conotação tão positiva como tem actualmente, estas seriam provavelmente forcas, das quais se encontraram os cepos enterrados naquele local em 1932.
Reza a lenda que o rei Afonso VI gostava de vir para este local, durante o seu exílio, desfrutar da vista e da paisagem. De facto é uma perspectiva da cidade de Angra, e parte da costa da ilha, formidável.
Em redor do Pico das Cruzinhas estão colocados canhões e armas de guerra, utilizados no passado.
Existe também um belíssimo jardim com merendário com alguns animais.
Muito Importante: Não devemos alimentar estes animais! Embora eles queiram sempre um "dentadinha" do nosso lanche.
7. Ermida de Santo António
A ermida é de construção simples, datada de 1615, foi evocada a Santo António e pela sua localização foi designada por Ermida de Santo António da Grota.
Se continuarmos o caminho vamos chega à Ponta de Santo António, que apesar de não ter grande altitude conseguimos um vista agradável. E mais uma vez teremos outra perspectiva do Ilhéu das Cabras.
Assim terminámos o nosso roteiro do Monte Brasil. Haverá muito mais para ver e apreciar. Com certeza que quem fizer o percurso pedestre encontrará muitos mais lugares especiais.
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