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Rota da Linha Defensiva do Tejo - Portugal

Na Rota dos Castelos do Tejo

Roteiro para 2 dias


O rio Tejo é o maior rio português e da Península Ibérica, que nasce em Espanha, Serra de Albarracim, e desagua em Lisboa, capital portuguesa. Na época, este importante rio era uma linha de fronteira de território natural e por esse motivo era importante manter esta região raiana bem defendida e vigiada. 

Contextualização Histórica da Linha defensiva do Tejo 

A função defensiva foi atribuída a várias Ordem Militares Religiosas. Entre elas estavam os Templários (Ordem do Templo), os Hospitalário (Ordem do Hospital) e, de forma indireta, a Ordem de Avis e Ordem de Santiago, que posteriormente também prestaram o seu apoio na reconquista cristã portuguesa. 

São vários os castelos e atalaias que foram construídos ao longo das margens do rio Tejo, o rio mais extenso da Península Ibérica. Esta linha defensiva tinha igualmente a função de defesa de Lisboa, e função de garantia da segurança do recém Reino de Portugal, durante todo o período de avanços e recuos da reconquista cristã da Península Ibérica.

Esta rota começa na Golegã e termina em Abrantes, passando por Vila Nova da Barquinha, Almourol e Tomar. 


Este roteiro foi elaborado mediante a nossa experiência. Este é um dos nossos melhores Passeios de Alcatrão históricos, uma pequena viagem ao inicio da nacionalidade. Dividimos o roteiro em dois dias para que haja tempo para visitar outros locais de interesse dentro da rota, ainda que não sejam monumentos templários ou de caráter militar. 

Por onde começar!

Nós assumimos a cidade de Torres Novas como ponto de partida, e Dornes como termino do roteiro. O local de eleição para dormitório será a cidade de Tomar pela diversidade de alojamento e pela sua boa localização. 

Dia 1

1. Castelo de Torres Novas

O castelo de Torres Novas é o símbolo da importância politica medieval da Linha do Tejo. Ergue-se num ponto alto da cidade rodeado pelo rio Almonda. A fortificação foi fundada no tempo dos Árabes no seculo XII, contudo pensa-se que este lugar terá sido primitivamente ocupado por outros povos.
O recinto amuralhado conta com onze torres conservando no seu interior o edifico da Casa do Alcaide (século XIV). D. Afonso Henriques conquistou  o castelo aos mouros em 1148, na sequência da conquista de Lisboa e de Santarém. O seu filho D. Sancho I reedificou o castelo em 1187, sob investida do exercito almorávida, e por este motivo, a reconquista definitiva desta castelo é no ano 1190,ainda no reinado do segundo monarca português. 


Locais a visitar:

  • Castelo
  • Igreja de Santiago
  • Praça da República
  • Jardim das Rosas

Dica de Viagem: A vista ao castelo é gratuita e oferece ao visitante uma extraordinária vista sob a cidade. Junto às muralhas do castelo existem alguns parques de estacionamento, nos quais sugerimos que estacionem o vosso carro e a partir daí visitem o castelo e explorem o centro da cidade.

2. Quinta da Cardiga  - Golegã

Antes de chegar a Vila Nova da Barquinha podem sempre fazer um desvio até à Golegã e passar na Quinta da Cardiga. A Quinta da Cardiga faz parte do legado dos templários no ribatejo. Dela destaca-se a Porta Manuelina da capela e a Torre templário do século XII. 

A Quinta da Cardiga foi doada aos templários em 1169, pelo rei D. Afonso Henriques. Após a extinção da Ordem do Templo, a quinta passou a pertencer à recém criada Ordem de Cristo, a qual edificou a granja de veraneio (1540-1542).


A arquitetura do palacete, do celeiros, da capela e do claustro é atribuída a João de Castilho. O palácio tem 40 quatros individuais, salas e salões, três cozinhas, uma biblioteca, uma capela e dois claustros. Fora do palácio existe uma zona habitacional que pertenciam aos empregados da quinta. Esta quinta produzia vinho, azeite, cereais e cortiça, e por este motivo o seu funcionamento implicava bastante mão de obra e foi a principal fonte de rendimento para muitas famílias da Golegã e localidades vizinhas.

Locais a Visitar:

  • Palácio
  • Portal Manuelino
  • Torre Templária
  • Ponte 

Dica de Viagem: A pacata localidade de Vila Nova da Barquinha a 14 quilómetros de Torres Novas, está plantada á beira do rio Tejo. Uma típica vila ribatejana oferece ao visitante um belo passeio no parque de lazer junto ao rio.

3. Castelo de Almourol

O castelo de Almourol é o castelo português mais peculiar, talvez por se encontrar contruído numa ilha no meio do rio Tejo ou por estar relacionado com lendas antigas que ainda hoje são contadas pelo povo. Localizado a cerca de 6 quilómetros da Barquinha.


O afloramento granítico onde assenta o castelo terá sido ocupado desde da pré-história até ao período medieval. 



Sabiam que?

O castelo de Almourol a partir do século III foi ocupado por Alanos e visigodos. Os muçulmanos chegaram ao Almourol no século VIII, até serem expulso pelos exércitos cristão de D. Afonso Henriques e dos mestres templários.

O castelo de Almourol foi conquistado aos muçulmanos em 1129 por D. Afonso Henriques, tendo sido entregue aos cavaleiros da Ordem dos Templários, uma vez que estes já controlavam os territórios entre os rios Mondego e Tejo. Por determinação de Gualdim Pais o castelo sofreu obras de reconstrução que foram concluída em 1171, dois anos após a construção da do castelo de Tomar. A estrutura do edifício apresenta características próprias da arquitetura templária, introduzidas na arquitetura portucalense pelos próprios. São castelos de planta quadrangular, com muralhas elevadas e reforçadas por torres adossadas e providas de alambor, dominadas pela torre de menagem construída ao centro do recinto. No seu auge, Almourol foi ponto nevrálgico de controlo comercial de azeite, trigo, carne de porco, frutas e madeiras provenientes de Lisboa e de outras regiões do reino. Em 1311 o castelo de Almourol deixa de pertencer à Ordem dos Templários e passa a pertencer à recém criada Ordem de Cristo. Com o terramoto de 1755 a estrutura do castelo é afetada, havendo necessidade de algumas intervenções que alteram um pouco a arquitetura do edifício. No século XX o castelo passa a pertencer ao estado, inclusivamente foi adaptado a Residência Oficial da Presidência da Republica.  


O castelo de Almourol deixou de ter uma simbologia defensiva e de guerra, assumindo-se como um elemento do romantismo cultural e politico português, um ideal que mantém e que nos faz querer visitá-lo.

Dica de Viagem: O acesso ao castelo de Almourol é feito por barco. Podem optar por fazer um pequeno cruzeiro a partir de Tancos, através de uma empresa turística. 




4. Fortaleza de Abrantes

O castelo de Abrantes foi uma das fortificações fundamentais no período da reconquista cristã. Apesar deste lugar ter sido tido ocupações primitivas datadas da Idade do Ferro e durante a ocupação islâmica, o castelo primitivo foi mandado construído por D. Afonso Henriques no século XII. Em 1173, o castelo foi doado à Ordem de Santiago. Esta fortaleza manteve sempre o seu papel defensivo fundamental ao longo da Historia de Portugal, sobretudo a partir do século XVIII altura em que o castelo assume a sua configuração de fortaleza.


Dentro do recinto do castelo conserva-se a Igreja de Santa Maria do Castelo.



Este tempo foi reconstruído no século XV e por sua vez convertido em panteão da família Almeida, por D. Diogo de Almeida- A decoração dos túmulos foi inspirada na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha.












Locais a visitar:

  • Castelo  de Abrantes
  • Igreja de Santa Maria do Castelo e Panteão dos Almeida
  • Jardim do Castelo
  • Igreja de São Vicente

Dica de Viagem: A entrada para o Castelo/Fortaleza de Abrantes é gratuita. Junto ao castelo existe um espaçoso estacionamento. 

Dia 2 

No segundo dia sugerimos que sigam até Tomar, a cidade berço dos templários, localizada a cerca de 40 quilómetros de Abrantes. Apesar de aparentemente parecer um desvio geográfico do rio Tejo é em simultâneo uma aproximação do centro da força da linha defensiva. 

1. Castelo de Tomar

O Castelo de Tomar começou a ser construído no ano de 1160 (século XII) com D. Gualdim Pais como mestre da ordem em Portugal, e amigo de D. Afonso Henriques. No século XII, a cinta amuralhada dividia-se em três recintos: na parte sul seria o recinto da vila (onde hoje está o laranjal), na parte norte e mais elevada foi estabelecida a casa militar dos cavaleiros (onde estaria a casa do mestre) bem como a Alcáçova e Torre de Menagem, e por último a poente o oratório dos templários, a famosa Charola.





Locais a visitar:

  • Castelo e Convento de Cristo
  • Igreja de Santa Maria do Olival
  • Mata dos Sete Montes
  • Igreja de São João Batista - Sé de Tomar
  • Sinagoga

2. Dornes

A localidade de Dornes dista 28 km da cidade de tomar. Em pleno rio Zêzere ergue-se a "Península encantada" incluída no legado dos templário em Portugal. O rio Zêzere também assumiu um papel importante de defesa natural ao rio Tejo, como afluente fiel, e por esse motivo o templários construíram nas suas margem uma torre de atalaia. Nesta pequena aldeia destaca-se a Torre Templária Pentagonal e a Igreja de Nossa Senhora do Pranto, que conserva uma exposição de Siros de há décadas. E claro se forem na altura do Verão, sugerimos um mergulho nas calmas águas do Zêzere.






Locais a visitar:

  • Torre Pentagonal Templária
  • Igreja de Nossa Senhora do Pranto


Outros Castelos da Rota Defensiva do Tejo 

Este roteiro foi elaborado para ser feito em dois dias, e por esse motivo existem alguns castelos que não foram incluídos. Contudo, mediante a sua importância defensiva na História de Portugal, achamos por bem mencioná-los e caso tenham mais tempo além dos dois dias que os visitem, porque estão em localidades de uma beleza extraordinária. Estes são apenas dois exemplos:  

Castelo de Belver

O Castelo de Belver foi erguido pela Ordem do Hospitalário num alto de um sinuoso penhasco, no contexto das guerras de Reconquista Cristã. Este território é doado á Ordem do Hospital (Hospitalários) em 1194 pelo rio D. Sancho I, a qual cumpriu a sua função defensiva e de povoamento desta região junto ao Tejo.



Castelo Branco 

No século  XII após a conquista de Lisboa e de Santarém era a vez de Castelo Branco contribuir para a defesa de uma linha defensiva que estava longe de se tornar militarmente estável. Nesta região do território tínhamos por um lado a ameaça muçulmana e do outro os vizinhos do Reino de Leão que nos tinham na sua mira. 



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