Aldeias
Históricas de Portugal
1. Capela e Portas do Espírito Santo (Séc. XVI)
Monsanto faz
parte das doze aldeias históricas de Portugal e é a "aldeia mais
portuguesa de Portugal". Monsanto é como que uma nave de pedra construída
no cimo de uma escarpa rochosa, chamada ilha de Monsanto, quase inacessível ao
inimigo. Subir até ao castelo é quase uma prova física que nos faz desejar que
os templários tivessem construído um castelo cá mais em baixo. Apesar do
esforço físico, chegar ao topo e desfrutarmos da paisagem supera qualquer
dificuldade. Vale cada pedra subida!
As pedras
desta aldeia têm todas uma história para contar, e olhem que existem bastantes
por aqui. Este lugar foi eleito por um povo que pretendia proteger-se e
defender-se do seu inimigo, tendo em conta as características do maciço
montanhoso. Contudo, a dúvida permanece no limbo do tempo. A tradição fala de
um povo lusitano, muito provavelmente com raízes suevo-visigóticas, que aqui se
refugiou, obtendo a força necessária para resistir à tirania romana, quando esta
dominou a Egitânia (Idanha-a-Velha) no século I a.C. Este
facto tornou-se fundamental durante a reconquista cristã, quando os muçulmanos
dominavam a região. Quando D. Afonso Henriques se empenhou em conquistar a
linha do Tejo, conquistou as terras de Idanha-a-Velha e Monsanto foi entregue á
proteção do Mestre dos Templários, Gualdim Pais, que aqui ergueu este
invencível castelo, relacionado com lendas que nos fazem voltar a outros
tempos.
Enganados
por um bezerro...
Reza a lenda
que um bezerro recheado de trigo e largado do castelo a baixo, convenceu os
mouros a abandonarem o cerco de Monsanto, convencidos de que a população teria
bastantes mantimentos e que tão depressa não iriam ceder. Este acontecimento
mítico é anualmente recriado durante a Festa das Cruzes, também chamada festa
da Nossa Senhora do Castelo.
A menina é
muito jovem tem que comprar uma Marafona!
Esta será a
frase que mais ouvi quando parava para ver o artesanato da aldeia. Pois bem, se
forem raparigas jovens, nomeadamente em idade fértil, as sabias senhoras de
Monsanto aconselham que coloquem uma destas bonequinhas de pano em forma de
cruz debaixo da cama, para que engravidem com facilidade. Ou se a fertilidade
não vos preocupa, coloquem-nas à entrada da porta para vos protegerem nos dias
de trovoada. É bastante comum nesta aldeias do interior as populações colocarem
cruzes nas soleiras das portas para espantar o mal de inveja e as
trovoadas.
Como e
quando visitar?
Monsanto
está localizado no alto de uma montanha e há granito por todo o lado.
Aconselhamos que visitem a aldeia num dia sem chuva e nevoeiro, por isso
escolham um dia bonito para subir ao castelo. Estamos a falar de um aldeia com
poucas vias de acesso, por isso aconselhamos que estacionem o vosso carro na
entrada da aldeia, no parque devidamente sinalizado. Evitem deixar os carros na
beira da estrada principal de forma a causar impedimento de passagem.
Caminhando
pelas ruas empedradas chegam ao castelo sem darem conta. Podem aproveitar o
feriado de 1 de Maio para visitar Monsanto, época em que decorre a Festas da
Cruzes e a recriação da Lenda do Bezerro ao som dos adufes, tocados pelas
mulheres da aldeia.
Por onde
começar...
As casas de
Monsanto foram encostadas aos enormes penedos de granito. Foi a arquitetura
engenhosa que a população conseguiu para construir as suas habitações,
tabernas, templos e até mesmo currais para os seus animais.
O que não
devem perder no centro histórico de Monsanto!
Monsanto foi
classificada Aldeia Histórica em 1998, sendo que em 1939 tinha sido já
classificada como a aldeia mais portuguesa de Portugal, num concurso promovido
pelo Estado Novo. O prémio foi o Galo de Prata, símbolo da aldeia.
1. Capela e Portas do Espírito Santo (Séc. XVI)
Entrámos na
aldeia-monumento pela Porta do Espírito Santo, onde a Capela com o mesmo nome
nos deu as boas vindas. As ruas convidam-nos a andar sobre elas e descobrir os
recantos da aldeia.
2. Cruzeiro
de São Salvador
Este é o
cruzeiro que dá nome ao largo. Do seu lado direito está a igreja Matriz e
seguindo pela rua do lado esquerdo toma-se o caminho até ao castelo.
3. Igreja
Matriz (Séc. XV-XVI)
Esta igreja
foi construída para substituir a Igreja de São Miguel, localizada no alto do
castelo, que foi a primeira igreja matriz da aldeia, numa altura em que a
população de Monsanto começava a fixar-se pela encosta, surgindo a freguesia de
São Salvador.
4. Solar dos
Pinheiros e Chafariz Mono
5. Gruta
A gruta é o
exemplo das construções típicas de Monsanto. Este local especificamente já
funcionou como furda (curral de animal), sendo que agora, é um dos pontos
pitorescos da aldeia.
6. Penedo do
Pé Calvo
É um
belíssimo miradouro sobre a planície da Beira Baixa. O grande penedo que
estamos a pisar deve o seu nome à consequência da meteorização física a que foi
sujeito. São vários os penedos de Monsanto que são denominados consoante as
figuras que representam. A tradição dá nome a tudo e os penedos de Monsanto não
poderiam de todo escapar!
7. Castelos
dos Templários (Séc. XII/XIII)
O castelo é
literalmente a cereja no topo do monte. A subida é difícil mas vale cada passo
e cada respiração. A árdua tarefa de adaptar o monte-ilha a uma fortaleza
deve-se aos templários. Os grande penedos foram aproveitados para dar alguma
resistência à estrutura militar.
Palácio dos Govenadores |
O recinto do
castelo, ou do que dele resta, conserva alguns elementos originais reconstruídos,
dos quais se destacam a Capela da Nossa Senhora do Castelo, a Cisterna, a Torre
Menagem e a Cidadela.
8. Capela de
Santa Maria do Castelo (Séc. XVIII)
Foi
construída a partir da antiga Capela dos Templários, que foi destruída
acidentalmente com a explosão do paiol. Esta pequena capela ganha todas as
atenção no dia de Santa Cruz quando se realizam as festas de Monsanto e se
recria o momento histórico do cerco do castelo e da Lenda do Bezerro. Aqui se
guarda religiosamente a imagem da Nossa Senhora do Castelo.
9. A Cidadela
e Torre de Menagem
Da Torre de
Menagem apenas resta a base onde foi edificada. Foi destruída acidentalmente
por uma explosão, quando esta foi convertida em paiol. A cidadela é um pequeno
recinto oval que os templários, no meio do recinto amuralhado que serviria de
um reforço na protecção da Torre Menagem.
Este será o
ponto mais elevado do monte-ilha e consegue-se ver além fronteiras. De facto,
todas as características físicas do lugar fizeram dele um castelo
invencível.
10. Ruínas
da Capela e Necrópole de São Miguel (Séc. XII)
Um pouco
mais afastado do castelo, e quase esquecidas, estão as ruínas da Capela e
Necrópole de São Miguel. A antiga capela é de estilo românico como testemunha o
seu portal com arquivoltas de volta perfeita assentes sobre capitéis com
motivos zoomórficos. Foi em redor desta capela que surgiu o primeiro núcleo de
colonização medieval de Monsanto, daí esta ter sido a primeira igreja matriz.
Junto às ruínas da capela há um conjunto de sepulturas antropomórficas, praticamente todas esculpidas na própria pedra. No interior da capela também se encontram algumas sepulturas, bem como na parte exterior que foram abertos arcossólios para abrigar túmulos.
1 1. Furdas
As furdas
são pocilgas que eram propositadamente construídas nestes terrenos baldios para
que ficassem longe das populações por motivos de saúde pública. A construção
das furdas seguiam o mesmo método arquitectónico das habitações, aproveitando a
matéria prima do local e adaptando a construção ao terreno. O porco sempre foi
uma relevante fonte alimentar de longa duração para as famílias, que para além
da carne, era utilizado na confecção de enchidos que se preservavam durante
meses no fumeiro. O momento do seu abate era encarado pelas famílias como uma
festividade anual, a matança do porco. Ainda hoje se fazem e se mantém a
tradição, em algumas aldeias do interior.
12. A Pedra
da Paciência
A casa junto
ao café Monsantinho terá sido a última casa da câmara ou dos Paços de Concelho
e onde teria funcionado o tribunal local. Ora, naquele tempo, os criminosos
eram tratados com indiferença e por isso quem quer que os fosse visitar, teriam
que ficar por tempo indeterminado sentados no banco de pedra em frente. Daí a
Pedra da Paciência.
Seguindo a
placa de Miradouro irão encontrar o postal de Monsanto. É também por aqui
que chegam à Torre do Relógio e às periferias da aldeia.
13. Torre de
Lucano ou do Relógio
Esta torre é
um campanário construído no século XVIII. A inscrição do arco de volta perfeita
da porta nada tem que ver com este edifício, muito provavelmente foi
reaproveitada da torre sineira, demolida da igreja matriz. O topo ostenta um
cata-vento, uma réplica aumentada do troféu Galo de Prata concedida em
1938 pelo o Estado Novo à aldeia de Monsanto pela classificação da "aldeia
mais portuguesa de Portugal". Este é símbolo icónico de Monsanto e
destaca-se no primeiro olhar sobre o aglomerado de casas.
14. Capela
da Misericórdia (Séc. XVI)
15.
Pelourinho (Séc- XVI)
O Pelourinho
edificado por D. Manuel I, que simboliza a elevação de Monsanto a vila. Foi reconstruído
nos anos 30, após ter sido desmantelado talvez aquando a implantação da
república, daí a sua apresentação bastante simples.
16. Largo de
Camões
O Largo de
Camões é um pequeno miradouro, com os canhões a marcar a sua utilidade bélica
de outrora. Conseguem ver o galo a brilhar ao sol e a mover-se com o vento?
Claro que
não podem deixar a aldeia de Monsanto sem provar as iguarias da Taberna
Lusitana. Depois de subir ao castelo e percorrer as sinuosas ruas de Monsanto
precisam mesmo de uma Poção Mágica ou de um copo de Hidromel. É só
escolher consoante a necessidade! Quando entrarem na taberna saberão logo o que
precisam de tomar.
Pessoalmente
adoro o Hidromel de pressão. Depois de duas horas a viajar no tempo preciso de
me sentir verdadeiramente lusitana!
Monsanto é com certeza uma aldeia portuguesa!
Pontos de Interesse na zona de Monsanto!
Penha Garcia
Penha Garcia é uma povoação erguida no sopé de um maciço rochoso que
esconde um riquíssimo património geológico. Para além do castelo templário
construído no cimo da escarpa, existe um praia fluvial ao fundo da escarpa e
uma barragem que protege o tesouro geológico, os icnofósseis de Penha
Garcia.
Dica: Para conhecer Penha Garcia de forma a que também se otimize o tempo,
sugerimos que estacionem o carro na entrada da localidade, junto ao tanque de
guerra, e percorram a calçada até ao castelo. No castelo sigam as marcas
do PR3-IDN- Rota dos Fósseis e explorem a
encosta do Parque Iconológico de Penha Garcia, onde encontrarão os Moinhos de
Rodízio e os icnofósseis Cruziana, marcas deixadas de certas espécies de Trilobites sobre o fundo marinho mole.
No poupar é que está o ganho, em Penha Garcia nada de estraga tudo se
transforma. Que acham deste "banco" para descansar um pouco?
Termas de Monfortinho
Morfortinho é uma localidade raiana, uma das fronteiras principais entre
Portugal e Espanha, conhecida pelas suas águas termais, na margem do rio Erges.
Estas termas já existem desde a civilização romana e por isso umas das mais
antigas em Portugal.
Medelim
Medelim é uma aldeia típica beirã conhecida pelos seus Balcões. São
varandas em pedra e largas, características da Beira Baixa. Para além dos
balcões, esta aldeia tem outros recantos, nomeadamente a ilustre Rua da
Judiaria.
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