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Monsanto - Aldeia Histórica de Portugal

Aldeias Históricas de Portugal

Monsanto faz parte das doze aldeias históricas de Portugal e é a "aldeia mais portuguesa de Portugal". Monsanto é como que uma nave de pedra construída no cimo de uma escarpa rochosa, chamada ilha de Monsanto, quase inacessível ao inimigo. Subir até ao castelo é quase uma prova física que nos faz desejar que os templários tivessem construído um castelo cá mais em baixo. Apesar do esforço físico, chegar ao topo e desfrutarmos da paisagem supera qualquer dificuldade. Vale cada pedra subida!




As pedras desta aldeia têm todas uma história para contar, e olhem que existem bastantes por aqui. Este lugar foi eleito por um povo que pretendia proteger-se e defender-se do seu inimigo, tendo em conta as características do maciço montanhoso. Contudo, a dúvida permanece no limbo do tempo. A tradição fala de um povo lusitano, muito provavelmente com raízes suevo-visigóticas, que aqui se refugiou, obtendo a força necessária para resistir à tirania romana, quando esta dominou a Egitânia (Idanha-a-Velha) no século I a.C. Este facto tornou-se fundamental durante a reconquista cristã, quando os muçulmanos dominavam a região. Quando D. Afonso Henriques se empenhou em conquistar a linha do Tejo, conquistou as terras de Idanha-a-Velha e Monsanto foi entregue á proteção do Mestre dos Templários, Gualdim Pais, que aqui ergueu este invencível castelo, relacionado com lendas que nos fazem voltar a outros tempos.


Enganados por um bezerro...

Reza a lenda que um bezerro recheado de trigo e largado do castelo a baixo, convenceu os mouros a abandonarem o cerco de Monsanto, convencidos de que a população teria bastantes mantimentos e que tão depressa não iriam ceder. Este acontecimento mítico é anualmente recriado durante a Festa das Cruzes, também chamada festa da Nossa Senhora do Castelo. 


A menina é muito jovem tem que comprar uma Marafona!
Esta será a frase que mais ouvi quando parava para ver o artesanato da aldeia. Pois bem, se forem raparigas jovens, nomeadamente em idade fértil, as sabias senhoras de Monsanto aconselham que coloquem uma destas bonequinhas de pano em forma de cruz debaixo da cama, para que engravidem com facilidade. Ou se a fertilidade não vos preocupa, coloquem-nas à entrada da porta para vos protegerem nos dias de trovoada. É bastante comum nesta aldeias do interior as populações colocarem cruzes nas soleiras das portas para espantar o mal de inveja e as trovoadas.  

Como e quando visitar?
Monsanto está localizado no alto de uma montanha e há granito por todo o lado. Aconselhamos que visitem a aldeia num dia sem chuva e nevoeiro, por isso escolham um dia bonito para subir ao castelo. Estamos a falar de um aldeia com poucas vias de acesso, por isso aconselhamos que estacionem o vosso carro na entrada da aldeia, no parque devidamente sinalizado. Evitem deixar os carros na beira da estrada principal de forma a causar impedimento de passagem. 









Caminhando pelas ruas empedradas chegam ao castelo sem darem conta. Podem aproveitar o feriado de 1 de Maio para visitar Monsanto, época em que decorre a Festas da Cruzes e a recriação da Lenda do Bezerro ao som dos adufes, tocados pelas mulheres da aldeia. 


Por onde começar...

As casas de Monsanto foram encostadas aos enormes penedos de granito. Foi a arquitetura engenhosa que a população conseguiu para construir as suas habitações, tabernas, templos e até mesmo currais para  os seus animais.



O que não devem perder no centro histórico de Monsanto!

Monsanto foi classificada Aldeia Histórica em 1998, sendo que em 1939 tinha sido já classificada como a aldeia mais portuguesa de Portugal, num concurso promovido pelo Estado Novo. O prémio foi o Galo de Prata, símbolo da aldeia. 

1. Capela e Portas do Espírito Santo (Séc. XVI)
Entrámos na aldeia-monumento pela Porta do Espírito Santo, onde a Capela com o mesmo nome nos deu as boas vindas. As ruas convidam-nos a andar sobre elas e descobrir os recantos da aldeia.





2. Cruzeiro de São Salvador

Este é o cruzeiro que dá nome ao largo. Do seu lado direito está a igreja Matriz e seguindo pela rua do lado esquerdo toma-se o caminho até ao castelo.


3. Igreja Matriz (Séc. XV-XVI)

Esta igreja foi construída para substituir a Igreja de São Miguel, localizada no alto do castelo, que foi a primeira igreja matriz da aldeia, numa altura em que a população de Monsanto começava a fixar-se pela encosta, surgindo a freguesia de São Salvador.


4. Solar dos Pinheiros e Chafariz Mono


5. Gruta
A gruta é o exemplo das construções típicas de Monsanto. Este local especificamente já funcionou como furda (curral de animal), sendo que agora, é um dos pontos pitorescos da aldeia.



6. Penedo do Pé Calvo

É um belíssimo miradouro sobre a planície da Beira Baixa. O grande penedo que estamos a pisar deve o seu nome à consequência da meteorização física a que foi sujeito. São vários os penedos de Monsanto que são denominados consoante as figuras que representam. A tradição dá nome a tudo e os penedos de Monsanto não poderiam de todo escapar!




7. Castelos dos Templários (Séc. XII/XIII)

O castelo é literalmente a cereja no topo do monte. A subida é difícil mas vale cada passo e cada respiração. A árdua tarefa de adaptar o monte-ilha a uma fortaleza deve-se aos templários. Os grande penedos foram aproveitados para dar alguma resistência à estrutura militar.  




Palácio dos Govenadores
O recinto do castelo, ou do que dele resta, conserva alguns elementos originais reconstruídos, dos quais se destacam a Capela da Nossa Senhora do Castelo, a Cisterna, a Torre Menagem e a Cidadela.





8. Capela de Santa Maria do Castelo (Séc. XVIII)
Foi construída a partir da antiga Capela dos Templários, que foi destruída acidentalmente com a explosão do paiol. Esta pequena capela ganha todas as atenção no dia de Santa Cruz quando se realizam as festas de Monsanto e se recria o momento histórico do cerco do castelo e da Lenda do Bezerro. Aqui se guarda religiosamente a imagem da Nossa Senhora do Castelo. 


9. A Cidadela e Torre de Menagem
Da Torre de Menagem apenas resta a base onde foi edificada. Foi destruída acidentalmente por uma explosão, quando esta foi convertida em paiol. A cidadela é um pequeno recinto oval que os templários, no meio do recinto amuralhado que serviria de um reforço na protecção da Torre Menagem. 



Este será o ponto mais elevado do monte-ilha e consegue-se ver além fronteiras. De facto, todas as características físicas do lugar fizeram dele um castelo invencível. 



10. Ruínas da Capela e Necrópole de São Miguel (Séc. XII)

Um pouco mais afastado do castelo, e quase esquecidas, estão as ruínas da Capela e Necrópole de São Miguel. A antiga capela é de estilo românico como testemunha o seu portal com arquivoltas de volta perfeita assentes sobre capitéis com motivos zoomórficos. Foi em redor desta capela que surgiu o primeiro núcleo de colonização medieval de Monsanto, daí esta ter sido a primeira igreja matriz.



Junto às ruínas da capela há um conjunto de sepulturas antropomórficas, praticamente todas esculpidas na própria pedra. No interior da capela também se encontram algumas sepulturas, bem como na parte exterior que foram abertos arcossólios para abrigar túmulos. 






11. Furdas

As furdas são pocilgas que eram propositadamente construídas nestes terrenos baldios para que ficassem longe das populações por motivos de saúde pública. A construção das furdas seguiam o mesmo método arquitectónico das habitações, aproveitando a matéria prima do local e adaptando a construção ao terreno. O porco sempre foi uma relevante fonte alimentar de longa duração para as famílias, que para além da carne, era utilizado na confecção de enchidos que se preservavam durante meses no fumeiro. O momento do seu abate era encarado pelas famílias como uma festividade anual, a matança do porco. Ainda hoje se fazem e se mantém a tradição, em algumas aldeias do interior.


12. A Pedra da Paciência

A casa junto ao café Monsantinho terá sido a última casa da câmara ou dos Paços de Concelho e onde teria funcionado o tribunal local. Ora, naquele tempo, os criminosos eram tratados com indiferença e por isso quem quer que os fosse visitar, teriam que ficar por tempo indeterminado sentados no banco de pedra em frente. Daí a Pedra da Paciência. 



Seguindo a placa de Miradouro irão encontrar  o postal de Monsanto. É também por aqui que chegam à Torre do Relógio e às periferias da aldeia.



13. Torre de Lucano ou do Relógio
Esta torre é um campanário construído no século XVIII. A inscrição do arco de volta perfeita da porta nada tem que ver com este edifício, muito provavelmente foi reaproveitada da torre sineira, demolida da igreja matriz. O topo ostenta um cata-vento, uma réplica aumentada do troféu  Galo de Prata concedida em 1938 pelo o Estado Novo à aldeia de Monsanto pela classificação da "aldeia mais portuguesa de Portugal". Este é símbolo icónico de Monsanto e destaca-se no primeiro olhar sobre o aglomerado de casas.
  




14. Capela da Misericórdia (Séc. XVI)


15. Pelourinho (Séc- XVI)
O Pelourinho edificado por D. Manuel I, que simboliza a elevação de Monsanto a vila. Foi reconstruído nos anos 30, após ter sido desmantelado talvez aquando a implantação da república, daí a sua apresentação bastante simples.




16. Largo de Camões

O Largo de Camões é um pequeno miradouro, com os canhões a marcar a sua utilidade bélica de outrora. Conseguem ver o galo a brilhar ao sol e a mover-se com o vento?


Claro que não podem deixar a aldeia de Monsanto sem provar as iguarias da Taberna Lusitana. Depois de subir ao castelo e percorrer as sinuosas ruas de Monsanto precisam mesmo de uma Poção Mágica ou  de um copo de Hidromel. É só escolher consoante a necessidade! Quando entrarem na taberna saberão logo o que precisam de tomar.



Pessoalmente adoro o Hidromel de pressão. Depois de duas horas a viajar no tempo preciso de me sentir verdadeiramente lusitana!


Monsanto é com certeza uma aldeia portuguesa!



Pontos de Interesse na zona de Monsanto!



Penha Garcia

Penha Garcia é uma povoação erguida no sopé de um maciço rochoso que esconde um riquíssimo património geológico. Para além do castelo templário construído no cimo da escarpa, existe um praia fluvial ao fundo da escarpa e uma barragem que protege o tesouro geológico, os icnofósseis de Penha Garcia. 







Dica: Para conhecer Penha Garcia de forma a que também se otimize o tempo, sugerimos que estacionem o carro na entrada da localidade, junto ao tanque de guerra, e percorram a calçada até ao castelo. No castelo sigam as marcas do PR3-IDN- Rota dos Fósseis e explorem a encosta do Parque Iconológico de Penha Garcia, onde encontrarão os Moinhos de Rodízio e os icnofósseis Cruziana, marcas deixadas de certas espécies de Trilobites sobre o fundo marinho mole.






No poupar é que está o ganho, em Penha Garcia nada de estraga tudo se transforma. Que acham deste "banco" para descansar um pouco?


Termas de Monfortinho
Morfortinho é uma localidade raiana, uma das fronteiras principais entre Portugal e Espanha, conhecida pelas suas águas termais, na margem do rio Erges. Estas termas já existem desde a civilização romana e por isso umas das mais antigas em Portugal.

Medelim
Medelim é uma aldeia típica beirã conhecida pelos seus Balcões. São varandas em pedra e largas, características da Beira Baixa. Para além dos balcões, esta aldeia tem outros recantos, nomeadamente a ilustre Rua da Judiaria. 

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