Aldeias
Históricas de Portugal
Depois dos Templário chegou a vez dos "Senhores das Terras". As terras de Idanha são as ideais para a exploração agrícola. A família Marrocos, que no século XIX era a mais poderosa da região, torna-se o senhor de Idanha.
A tradição conta que naquele lugar terá existido um palácio do rei Wamba, monarca visigodo, levantado sob as antigas ruínas de uma casa romana.
Só por curiosidade...
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A aldeia de
Idanha-a-Velha faz parte do conjunto das doze Aldeias Históricas de Portugal,
plantada num amplo e fértil vale, entre duas pequenas elevações e à beira do
rio Pônsul. Estas são a características que demarcam o lugar e que no passado
atraiu os vários povos que habitaram a Península Ibérica.
Muitos foram
os povos que aqui deixaram a sua marca. Os romanos foram os primeiros a fundar
neste local uma civitas, a Egitânia, no século I
durante o período de Augusto. Os Suevos conseguiram tomar-lhes a cidade e
foram eles que cristianizaram a Egitânia. Depois dos Suevos
chegaram os Visigodos que proporcionaram um novo ciclo económico, político e
administrativo. Transformaram a basílica paleocristã na emblemática Sé
catedral, construíram um paço episcopal e cunharam uma moeda própria, os
"trientes" em ouro, como símbolo de exteriorização de riqueza e
prosperidade. Assim se manteve até acontecer a inevitável invasão dos árabes. O
povo islâmico aproveitou a organização romana e eclesiástica, sendo que na Sé
Catedral foi adaptada a Mesquita e a muralha romana foi reajustada para se
defenderem dos cristãos. Acontece que os cristãos não deram tréguas aos árabes,
até que estes conseguem tomar a cidade definitivamente. Já sob o domínio de
reis ibéricos a cidade passou de mão em mão até que D. Afonso Henriques a
conquista e a entrega à proteção do Mestre Templário Gualdim Pais. Gualdim Pais
ficou com a árdua tarefa de a defender , repovoa-la e erguer dois novos
castelos na região, o de Monsanto e outro noutro local onde se
viria a chamar Idanha-a-Nova.
Depois dos Templário chegou a vez dos "Senhores das Terras". As terras de Idanha são as ideais para a exploração agrícola. A família Marrocos, que no século XIX era a mais poderosa da região, torna-se o senhor de Idanha.
Por onde
começar...
Aconselhamos
que estacionem o vosso carro logo à entrada da aldeia, fora das muralhas, no
Largo do Espírito Santo, junto à capela com o mesmo nome. Devem começar por
subir a muralha e a partir daí explorem a aldeia e saboreiem cada minuto da
vossa caminhada.
O que não devem perder no centro histórico de
Idanha-a-Velha!
A aldeia de Idanha-a-Velha
foi classificada como Aldeia Histórica em 1994. Considerada a Joia Perdida da
Beira Baixa, visitá-la é redescobrir e reviver a história das gentes e da
região.
1. Muralha
Romano-Medieval (Séc. III-IV)
2. Capela de
S. Dâmaso
Fachada com pedra epigrafada com o nome da familia Azevedo |
2. Ponte
Romana
A ponte
romana é das construções mais antigas da cidade e assumia um papel muito
importante na época. Esta ponte fazia a ligação entre importantes viárias da época
romana, nomeadamente entre Mérida-Braga e Cáceres-Viseu. Atualmente permite o
acesso aos terrenos agrícolas e acesso a outras rotas.
3. Azinheira
Grande
As
azinheiras são, ainda hoje, uma importante fonte económica na região. A sua
madeira é utilizada como lenha e carvão na produção de combustíveis domésticos.
Esta Azinheira é das árvores mais raras de porte gigantesco e agarrado ao forte
núcleo argamassado da muralha. Existe mais um ou outro exemplar e a tradição
relaciona-as com lendas de reis visigodos.
4. Pedras
Poldras
A travessia
das linhas de água, na ausência de pontes, eram feitas utilizando as Pedras
Poldras. Estas pedras eram colocadas na vertical no leito do rio, permitindo
vencer a água e a corrente passando de bloco em bloco até à margem contrária. É
considerado um sistema arcaico, perigoso e de uso limitado. Desta vez o rio não
tinha água, sendo que esta pedras não estariam a cumprir a sua verdadeira
função.
5. Porta do
Sol ou Porta do Rio Pônsul
6. Sé
Catedral
A Igreja Velha ou a Antiga Igreja Matriz de Santa
Maria atualmente é um local de eventos culturais. Foi a primeira construção
religiosa cristã a ser edificada em Idanha. O edifício como o conhecemos não
conserva a sua arquitetura original, sendo que ao longo dos séculos foi
sofrendo alterações consoante o povo que administrava a cidade. Provavelmente
foram os suevos que construiram inicialmente aqui a sua basílica, sendo que
mais tarde o árabes adaptaram o edifício para construirem a sua mesquita. No
século XIII, após a reconquista cristã, o edifício foi novamente
intervencionado e dedicado o culto a Santa Maria.
Ao lado da
Sé Catedral existe um enorme espólio de artefactos, que foram sendo encontrados
na região, bem como ruínas de antigas construções adjacentes à igreja. Junto à
muralha, do lado do recinto do lagar, ainda se conserva uma antiga casa romana,
que teria pertencido a uma família romana abastada.
7. Lagar das
Varas
8. Palacete
Família Marrocos
A família
Marrocos eram a família mais nobre e economicamente poderosa da região da Beira
Baixa e detinham grande parte das terras de cultivo, casas, lagares e outros
bens. Este palacete datado do século XX, seria a residência da família.
Atualmente encontra-se fechado, quem sabe de futuro não seja erguido ali um
novo edifício.
9. Antiga
Igreja da Misericórdia (Séc. XVII)
10. Casa dos
Templários e Pelourinho
É a casa dos
templários porque a sua fachada ostenta a marca da cruz templária. O
Pelourinho foi ali erguido pelo rei D. Manuel com objetivo de devolver à cidade
a sua antiga glória. Os pelourinhos eram sinal de glória e
importância para as cidades ou vilas.
11. Castelo
dos Templários
Sabe-se que
neste local existiu um fórum romano e um templo dedicado à
deusa Vénus ou a Júpiter, generosamente oferecido à Egitânia pela
família de Caius Cancius Modestinus. Supõe-se que essas construções
tenham sido devastadas pelos povos posteriores, sendo que as antigas fundações
do podium forma reaproveitadas pelos Templários na construção
da Torre de Menagem.
A tradição conta que naquele lugar terá existido um palácio do rei Wamba, monarca visigodo, levantado sob as antigas ruínas de uma casa romana.
Idanha-a-Velha é, e sempre foi, um local de caminhos e rotas. Além da GR 22 - Grande Rota das Aldeias Históricas existe também um Caminho de Santiago de Compostela, parcialmente sinalizado, que liga Cárceres a Viseu, tal como no passado.
Só por curiosidade...
O Adufe é o
símbolo cultural de toda a zona de Idanha-a-Nova e parte da Beira Interior.
Este instrumento musical é de origem árabe e foi a herança moçárabe mais bem
preservada que temos em Portugal. O Adufe é quadrangular, feito de madeira leve
e de pele de ovelha. Ainda hoje, é exclusivamente tocado por mulheres pelas terras
idanhenses em festas e romarias.
Pontos de Interesse na zona de Idanha-a-Velha:
Aldeia de
São Miguel de Acha
São Miguel
de Acha é uma pequena aldeia, a poucos quilómetros de Idanha-a-Velha, que
apesar de ser pouco falada tem um encanto especial. Para nós esta aldeia foi o
local reservámos o nosso alojamento durante viagem pelas Aldeias Históricas.
Escolhemos a Casa d'Acha como alojamento. É uma casa
tipicamente beirã e muito acolhedora. Poderá ser uma alternativa mais económica
para quando viajarem para esta zona do país.
Penamacor
Penamacor é
uma simpática vila da Beira Baixa e muito perto de Idanha-a-Velha e de
Monsanto. No alto de um cabeço rochoso ergue-se um castelo templário, também
referido como Fortaleza de Penamacor.
Em Penamacor devem visitar a Igreja Matriz e o burgo medieval, onde ser ergue a Torre de Menagem.
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