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Casa-Palácio da Condessa de Lebrija - Sevilha - Espanha

O Segredo de  Sevilha!


Sevilha é uma cidade de casas nobres e lugar de importantes  artistas, onde famílias ilustres da época Renascentista construíram as suas residências. Algumas destas residências converteram-se em belos monumentos e declarados como bens de interesse cultural. 

No centro de Sevilha na rua Cuna, uma das ruas mais comerciais da cidade, esconde-se no número 8 uma casa senhorial do século XVI, que alberga no seu interior uma impressionante coleção de mosaicos romanos, grande parte procedentes das ruínas da antiga cidade de Itálica. 

Dicas para visitar!

As visitas ao palácio dividem-se pelos dois pisos, o inferior e o superior. No piso inferior a visita é livre, onde está a coleção de mosaicos e peças arqueológicas. No piso superior a visita é guiada, onde é proibido tirar fotografias, por ser a zona residencial mais privada do palácio.  A entrada é paga e inclui a visita guiada ao piso superior. Contudo, à sexta-feira, às 10 horas a visita ao piso inferior é gratuita. 

Como tudo começou!

A condessa comprou o palácio original, em estilo mudéjar-renascentista  datado do século XVI, no ano de 1901, demorando cerca de treze anos a ser remodelado, época em que foram aplicados os mosaicos, tornando-o num espaço com personalidade própria e invulgar.  

Quem era a Condessa?

A condessa de Lebrija, Dº Megla Manjón e Mergelina, nasceu em Sanlúcar de Barrameda em 1851 e casou em 1890 com Frederico Sánchez Bedoya, Conde de Lebrija e um ilustre deputado das cortes de Sevilha. A condessa era uma mulher muito viajada e culta, e a sua paixão pela arte e fixação pelo colecionismo deu origem a esta casa-palácio, considerada única na Europa. Dº Regla  foi a primeira mulher a ingressar na Academia de Bellas Artes de Santa Isabel de Hungria.



Coleção do Piso Inferior

Dº Regla era considerada uma apaixonada pela arqueologia e concentrou a sua colecção neste piso da sua casa-palácio. A maior parte das peças aqui expostas provêm de Itálica, o maior destaque são mesmo os mosaicos. Os mosaicos romanos do palácio cobrem uma área de 2500 metros quadrados da superfície do piso térreo. A visita começa no maravilhoso claustro, onde em redor estão várias esculturas e armários com vasos, lucernas e outras peças encontradas em escavações. Algumas dessas escavações foram patrocinadas pela condessa. O pátio permite o acesso às várias salas e aceder ao piso superior.

Pátio central


O centro do pátio está pavimentado com um mosaico dos "amores de Zeus", que por sua vez está rodeado por um fantástico opus sectile, um pavimento com pedras maiores que decoram as extremidades do painel.  




A primeira sala tem vários quadros pintados pror ilustres pisntores contemporaneos da condessa. Em destaque está o quadro da condessa vestida de egípcia, pintado por António Rivas em 1882. Aqui estão também expostas várias cartas trocadas  entre a condessa e personalidades ilustres da época, ligados às artes.  

 

Condessa vestida de egípcia

A casa-palácio foi adaptada a acolher as coleções de mosaicos e todas as peças recuperadas. Ao longo da visita, ficamos com a ideia de que os mosaicos sempre ali estiveram originalmente.



Umas das salas está dedicada à condessa e ao seu esposo, onde os seus pertences pessoais estão expostos. O marido da condessa nunca viveu nesta casa, o senhor terá morrido antes da condessa ter comprado o antigo palácio. 


Bustos da condessa e do seu esposo

Escritório da Condessa


Pertences pessoais de D. Eduardo de León - IX Conde de Lebrija


Pertences pessoais da condessa

Pertences pessoais da condessa

A Sala das Colunas é considerada a sala de maior dimensão, da qual se destacam as coluna romanas, oriundas de Itálica. O mosaico que cobre o chão desta sala apresenta indícios de ter pertencido ao chão original de um triclínico ou a uma sala de refeições de uma casa romana.



Sala das Colunas

Sala das Colunas


Pormenor da soleira da porta 


Depois de visitar a sala das colunas, o acesso à sala seguinte permite passar por uma maravilhosa sala virada para o pátio exterior, bem ao estilo sevilhano. Todas as paredes estão decoradas por azulejos estilo hispano-muçulmanos.





O Salão Oitavado (Octagonal) foi talvez a sala que mais nos surpreendeu. O pavimento desta sala é o mais delicado da coleção, e o mais peculiar onde a estátua no centro foi colocada meticulosamente enquadrada no espaço. Muito provavelmente este mosaico foi o primeiro a ser adquirido pela condessa.  



Salão Octogonal

Coleção de cerâmicas da Sala Oitavada

A Sala Oitavada permite o acesso à Sala de Dionísio ou de Hermes, que parece a sala do Indiana Jones. A sala incialmente era um pátio exterior, no qual foi colocado um teto de vidro. Os mosaicos representam formas geométricas e as paredes são excessivamente decoradas com painéis de mosaico, alguns em forma de estrela. Em redor existem vários móveis onde estão guardados inúmeras peças de cerâmica da época romana. 


Sala da Medusa

Sala de Dionísio ou Hermes


Representação do Torso de Hermes ou de Dionísio; Mosaicos da Sala de Dionísio

Terminada a visita das "salas arqueológicas", a visita continua por dependências mais pessoais da condessa. No Inverno a condessa ocupava maioritariamente o piso superior, por ser mais quente, mas de verão, esta aproveitava a frescura do piso inferior. Assim, neste piso podemos vislumbrar os magníficos azulejos da Sala de Refeições de Verão. 


Sala de Refeições de Verão

Pátio exterior


Pátio exterior


Sala de Verão


Pátio exterior

Acesso ao Piso Superior

A visita ao Piso Superior é guiada e permite visitar os aposentos privados da família. Irão encontrar salas lindíssimas, quartos modernos para a época e uma biblioteca extraordinária. Tudo isto será mostrado e explicado por uma funcionária do museu, que na nossa opinião nos proporcionou uma visita muito completa e que nos permitiu uma aproximação com a condessa e com toda a historia deste palácio. 



A condessa de Lebrija, na época, foi um pouco criticada por ter recolhido mosaicos da antiguidade e expô-los na sua residência privada. Esta atitude foi vista como uma usurpação do património. Contudo, a posição da condessa, na nossa opinião, tem duas faces. Por um lado a condessa aproveitou para enriquecer a sua coleção, mas por outro salvou muitas destas peças da destruição e do seu desaparecimento para sempre. O facto da condessa ter investido nas escavações e ter salvo o património, deu abertura para que no futuro estas peças pudessem ser estudadas pelos arqueólogos. 


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