Visita ao Alcázar de Sevilha
Sevilha está localizada na região espanhola da Andaluzia, onde os muçulmanos, vindo do norte de Africa, se fixaram e construíram os seus califados.
Rio Guadalquivir e Torre del Oro, um dos exemplares de arte Almóada em Sevilha |
O início da construção do primitivo alcázar coincide com o momento da passagem da Hispalis, cidade de Sevilha Romana, para a Ixbilia, designação da cidade pelos muçulmanos.
O Real Alcázar de Sevilha ocupa grande parte do centro da cidade, e do bairro de Santa Cruz, junto à Catedral e ao Arquivo das Índias. O Topónimo "alcázar" significa fortaleza e terá sido construído no século X por Abderramán III. O atual edifício nada deve ao original, este terá sido reconstruído após a reconquista cristã de Sevilha, tendo sido projetada pelos reis cristãos, de acordo com o seu gosto e com base no estilo decorativo Mudéjar. Desde o período da reconquista que o Alcázar de Sevilha assumiu a função de residência oficial dos reis de Espanha.
Pátio de la Montería |
Arte Mudéjar
A titulo de curiosidade vamos esclarecer o que é a arte Mudéjar. Então, este estilo arquitetónico era desenvolvido pelos muçulmanos que permaneceram na Península Ibérica após a reconquista cristã. Estes muçulmanos continuaram a praticar a sua religião, mas trabalhavam em construções cristãs aplicando a linguagem decorativa islâmica.
Azulejos mudéjares
Yeserías, motivo feitos em gesso e aplicados nas paredes e titulo decorativo
Yeserías |
Onde comprar os bilhetes de entrada!
Vamos entrar!
1. Puerta del León
O Patio del León está divido do Pátio de la Montería por um pano de muralha com três arcos. Esta estrutura é original almóada do século XII, época muçulmana. Neste espaço terá existido até ao ano 1679 um teatro, designado como "Corral de Comédias de la Montería".
Antes de saírem do Patio del León, visitem a sala do lado esquerdo, a Sala de la Justicía.
2. Sala de la Justicía
A Sala de la Justicía é a primeira obra Mudéjar do palácio, no século XIV, por indicação do rei Alfonso XI. A sala está decorada com um friso superior de Yesería, com presentações medievais castelhanas.
A partir da Sala de la Justicía, conseguimos ver um belo pátio, o Patio de Yeso. Este pátio foi descoberto no século XIX e está datado da época Almóada.
O circuito de visita obriga a regressar ao Pátio del León, e antes de continuarem, entrem na porta singela na lateral direita do pátio. Esta porta dará acesso a um pátio tipicamente sevilhano.
3. Pátio de la Montaría
O Pátio de la Montaría chama-se assim porque o rei e os seus companheiros de caça juntavam os cavalos neste lugar antes de partirem para as caçadas/montarias. Este local dá acesso direto a várias dependências do palácio. Em destaque está a fachada do Palácio de Pedro I. Mas antes existem algumas salas nas imediações que devem ser visitadas primeiro lugar.
4. Sala de Audiências
A sala de Audiências também designada como Sala Capitular, está convertida em capela.
5. Pátio e Casa del Asistente
6. Pátio de los Levíes
7. Pátio de Romeo Murube
Este pátio é uma homenagem ao escritor Romeo Murube que foi conservador do alcázar entre 1934 e 1969. Também é designado como Pátio dos Poetas.
Após a visita a este pátio quase escondido, é obrigatório regressar ao Pátio de la Montería. É neste pátio que se acede ao Cuarto Alto, bastando subir as escadas. A visita é exclusiva a quem tem bilhete, controlada e guiada. O Cuarto Alto é a parte do palácio destinada à residência oficial dos reis espanhóis quando se deslocam a Sevilha.
8. Fachada e Palácio Mudéjar ou Pedro I
O Palácio Mudéjar foi construído entre 1356 e 1366 por ordem do monarca Pedro I. O palácio foi concebido para ser o edifício privado do rei, que para tal, contratou o melhores artesãos mudéjares de várias cidades da Espanha, nomeadamente Toledo, Granada, Sevilha e Córdoba. A decoração é o reflexo dos gostos de um rei cristão usando uma linguagem em estilo hispano-muçulmanos, o Mudéjar.
Fachada da entrada do Palácio Mudéjar |
A fachada principal tem uma inscrição em árabe que evoca o ano da construção do palácio e em redor uma inscrição gótica com referência ao monarca |
Vestíbulo |
9. Pátio de las Doncellas
O Pátio de las Doncellas é o ponto de acesso para as várias salas do palácio. Este pátio era a parte pública do palácio e está datado do século XIV.
Na lateral direita do Pátio de las Doncellas encontram-se a Alcoba Real, o Salão dos Pasos Perdidos, o Pátio de las Muñecas, ao fundo do pátio está o Salão dos Reis Católicos, a Sala do Teto de Filipe II e a Sala dos Embaixadores. Na lateral esquerda encontram-se a Sala dos Infantes, o Quarto do Príncipe e a Sala do Teto de Carlos V.
Alcoba Real |
10. Salão dos Embaixadores
O Salão dos Embaixadores é talvez a sala mais sumptuosa do palácio, era a Sala do Trono do rei Pedro I onde o monarca recebia as personalidades importantes. A sala apresenta um forma quadrada, que na linguagem mudéjar representa a "Terra" e a cúpula o "Universo". Aqui encontrámos mais uma vez uma alternância decorativa entre elementos cristãos e muçulmanos. No friso do teto estão representados retratos dos monarcas espanhóis, pintados por Diego de Esquivel em 1599.
11. Pátio de Las Muñecas
O Pátio de las Muñecas era um espaço dedicado à vida privada da rainha.
Quarto do Príncipe Real |
Salão de Filipe II |
12. Palácio Gótico
O Palácio Gótico foi mandado construir por Alfonso X O Sábio, pai de Pedro I, onde está representado o triunfo cristão face ao passado muçulmano. Escusado será dizer que ao chegarmos ao Palácio Gótico estamos a recuar um pouca na história do alcázar. Este palácio é composto por três espaços, a Sala das Tapeçarias, a Sala das Abóbadas e a Capela.
A Sala das Abóbadas está virada para os jardins e tem um belo balcão onde podemos apreciá-los. As abóbadas que lhe dão o nome são as originais e esta sala está relacionada com o casamento de Carlos V com Isabel de Portugal. Por este motivo encontramos em cada extremo da sala os brasões de ambas as casas reais.
A Sala das Tapeçarias, ou Salón de los Tapices, ficou destruído após o terramoto de Lisboa em 1755, que se fez sentir em Sevilha, e após ter sido remodelado, foram feitas réplicas das tapeçarias originais que forravam as paredes desta sala.
A Capela conserva o seu teto abobadado original com um retábulo renascentista.
Os Jardins são a segunda parte da visita. O tempo que leva a percorrer os jardins do alcázar pode ser o mesmo que leva a percorrer os palácios Mudéjar e Gótico.
Os Jardins estão divididos por uma galeria com janelas abertas para ambos os lados. Essa é a Galeria do Grutesco, e é acessível junto ao Tanque de Mercúrio.
Jardins do lado direito da Galeria do Grutesco |
O Tanque de Mercúrio era o reservatório de água potável do alcázar. No centro está uma estátua em bronze de Mercúrio.
Tanque de Mercúrio |
Junto ao Tanque de Mercúrio, está o Jardim da Dança. Nesse jardim, virando à direita, existe o acesso aos Banhos de Maria Padilha. |
Jardim da Dança |
Jardim da Dança |
Entrada dos banhos de Maria Padilha |
Banhos de Maria Padilha |
A Galeria do Grutesco foi construída no século XVII reutilizando a muralha almóada que ali existia. A galeria estende-se deste o Tanque de Mercúrio até ao Jardim do Labirinto, através de um passadiço coberto com vistas para ambos os lados do jardim. Na Galeria do Grutesco foi aplicado um estilo maneirista, recente em Sevilha na época, onde era utilizado um revestimento a simular rocha a emergir da muralha, criando uma fusão entre a arquitetura e a Natureza.
Galeria do Grutesco |
Galeria do Grutesco |
Nos jardins subjacentes aos palácio, vamos encontrar o Jardim das Damas, que já existia no século XVI e foi ampliado no século XVII, onde encontramos a Fuente de la Fama, junto à galeria e a Fuente de Neptuno ao centro.
No centro do jardim subjacente ao Jardim das Damas, encontrámos o Pavilhão de Carlos V, o Cenador del León e o Jardim Inglês.
Pavilhão Carlos V |
Pavilhão Carlos V |
Pavilhão Carlos V |
Cenador del León |
Jardim Inglês |
Jardim Inglês |
Jardim Inglês |
Jardim de la Galera |
Pátio do Príncipe |
Tanque do Jardim das Flores |
Gruta de las Sultanas |
A Puerta del Privilégio, uma abertura da galeria do Grutesco, permite a passagem direta para o outros jardins, o Jardim dos Poetas e o Jardim del Marqués de la Vega Inclán.
Jardim dos Poetas |
Jardín Marqués de la Vega Inclán |
Saímos do jardim pela Puerta de Marchena. A Puerta de Marchena é a antiga porta do Palácio dos Duques de Arcos e foi erguida durante o reinado de Isabel I de Castela, em estilo gótico com elementos renascentistas acrescentados posteriormente.
A saída é pelo Pátio de las Banderas, e até lá chegarem ainda vão passar por mais dois pátios e pelo Apeadero, que eram as cavalariças do alcázar.
Pátio del Crucero |
Pátio del Crucero |
Jardim de la Alcubilla |
Pátio de las Banderas |
Porta de Entra/Saída do Pátio de las Banderas |
Gostámos muito de conhecer o Real Alcázar e esperamos que este artigo vos motive igualmente. O tempo médio de visita são entre 2 a 4 horas, nós gastámos cerca de 4 horas do nosso dia lá dentro. Dos palácios aos jardins há muito que ver e apreciar. Nos jardins aproveitem para sentar e apreciar um pouco da Natureza em volta. Apesar de estarmos no coração de Sevilha, dentro dos muros do alcázar parece tudo muito mais calmo e o tempo passa mais devagar!
Deixamos o link do mapa em PDF Mapa do Real Alcázar de Sevilha
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