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Rota de Cister- No Vale do Varosa - Portugal

Na Rota dos Monges de Cister

Roteiro para dois dias!


O Rio Varosa é um afluente do rio Douro que nasce na Serra de Leomil, no concelho de Tarouca e desagua no Peso da Régua. O fértil vale do Varosa foi local de fixação de várias comunidades monásticas.


O conjunto monumental do Vale do Varosa são, na sua maioria, de origem românica. Como viajantes e amantes de história achamos que esta Rota de Cister seja igualmente uma Rota do românico pelo Vale do Varosa. O percurso será feito maioritariamente pela estrada nacional N226, que liga a cidade de Lamego a Trancoso. O vale do Varosa caracteriza-se especialmente pela presença de pomares de macieiras, onde se colhem várias espécies de maçãs, outro legado deixado pelos monges de Cister.   

O que é o Românico?
O Românico é a primeira manifestação artística de base religiosa que abrangeu toda a Europa, usando as mesmas formas e modelos de arquitetura, pintura, escultura e entre outras artes. Surgiu na Europa nos Séculos X e XI. Em Portugal a implementação deste estilo coincide com a imposição de D. Afonso Henriques como rei de um novo país, o Reino de Portugal. O legado românico em Portugal é bastante extenso. Existe a Rota do Românico que se se divide em três pequenas rotas, a rota do Vala do Sousa, Vale do Douro e Vale do Tâmega. Contudo, existe um magnifico conjunto de construções da mesma época, no Vale do Varosa, que apesar de não estar integrada na Rota do Românico, tem o seu lugar na historia e merece ser divulgado. 

A Ordem de Cister em Portugal!
A Ordem de Cister surgiu em França, em Citêux na região de Borgonha, em 1098 fundada por Roberto de Molesme. A construção de um novo mosteiro em Citêux permitiu fundar uma nova ordem religiosa, que pregava a humildade, a pobreza e a vida monástica solitária, sempre fiéis aos ensinamentos de São Bento. A Ordem de Cister fixou-se em Portugal a partir do Século XII, coincidindo com a formação da nacionalidade e afirmação politica da primeira dinastia portuguesa. A vinda dos monges de Cister foi impulsionada por Bernardo de Claraval, então abade na abadia de Claraval, com pretexto do rei D. Afonso Henriques. Os "monges brancos" contribuíram de forma decisiva para a colonização e desenvolvimento de grande parte do território do norte e centro de Portugal, graças à proteção régia que lhes era prestada. Eram bons agricultores e engenheiros formidáveis. Para além de aplicarem técnicas de agricultura inovadoras, foram capazes de transformar terrenos baldios em terrenos de cultivo, de planificar engenhosos sistemas hidráulicos de encaminhamento de caudais e sistemas de saneamento de águas residuais, bem como enormes condutas subterrâneas.  


Retrato de São Bernardo de Claraval e Brasão da Ordem de Cister (imagens retiradas da internet)

Assim, se fixa a primeira comunidade monástica cisterciense em território português, no ano 1143 (ou 1144) em São João de Tarouca, no Vale do Varosa. 



Dicas de Viagem:
  • Sugerimos que percorram esta Road Trip em dois dias, pelo que será um excelente destino de fim-de-semana.
  • Escolham um alojamento central, ou seja, um alojamento localizado mais ou menos a meio da rota, de forma a otimizar o tempo de viagem. Nós sugerimos  A Casa do Monge, localizada em Sever perto de Leomil.
  • Sugerimos que comprem os bilhetes combinados disponíveis no Museu de Lamego. Existem dois tipos de bilhetes combinados:
    • Bilhete Conjunto, tem um custo de 9,00€. Inclui a visita livre ao Museu de Lamego, ao Mosteiro de São João de Tarouca, ao Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, ao Convento de Santo António de Ferreirim, à Capela de São Pedro de Balsemão e à Ponte Fortificada de Ucanha.
    • Bilhete Conjunto Vale do Varosa, tem um custo de 7,00€. Inclui a visita livre apenas aos cinco monumentos do Vale do Varosa, que são o Mosteiro de São João de Tarouca, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, o Convento de Santo António de Ferreirim, a Capela de São Pedro de Balsemão e à Ponte Fortificada de Ucanha.
    • Para visitar a Capela de São Pedro de Balsemão, devem fazer marcação previa (72h antes), no Museu de Lamego (São medidas tomadas em pandemia Covid-19).
  • A rota deve ser feita em veículo próprio, uma vez que não existem transportes públicos eficientes.  

São cinco os monumentos classificados na Rota dos Monges de Cister no Vale do Varosa. Nós fazemos questão de acrescentar mais um ou outro à lista! 

Este roteiro foi elaborado mediante a nossa experiência, sendo facilmente adaptado à vossa realidade. 

Dia 1

Considerámos Lamego como o nosso ponto de partida. Achamos que fará mais sentido assim, uma vez que Lamego é o centro urbano da rota.
 
1. Lamego
Lamego é uma cidade repleta de história, onde se respira cultura e onde foram edificados alguns dos maiores e mais belos exemplares da arquitetura de diferentes épocas. 



A cidade Lamego localizada na margem sul do rio Douro é um dos mais importantes centros urbanos da região vinícola do Douro. Sugerimos que subam ao Monte de Santo Estevão e visitem o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, no centro histórico visitem a Sé e o Museu de Lamego, e se tiverem oportunidade visitem o Bairro do Castelo. 



Mais dicas aqui: Visitar Lamego


2. Capela de São Pedro de Balsemão


A capela de São Pedro de Balsemão está perfeitamente encaixada num socalco numa das margens do rio Balsemão, afluente do rio Varosa. Este será o templo cristão mais antigo de Lamego e o segundo mais antigo da Península Ibérica que chegou à nossa época. É um templo de origem suevo-visigótica, remonta o seculo VII, ao tempo do rei visigodo Sisebuto. O seu interior guarda singulares testemunhos do século X, nomeadamente técnicas construtivas da arquitetura moçárabe. Contudo, a presença romana está bem presente, uma vez que foram utilizadas na sua construção pedras com inscrições e até mesmo aras funerárias, conforme se pode observar nas paredes da igreja. Hoje a capela encontra-se inserida num solar seiscentista.

3. Britiande
Uma pequena vila localizada a 5 km de Lamego, planta à beira da estrada nacional N226 e rodeada por pomares.


4. . Lazarim e Lalim
Lazarim e Lalim são duas vilas muito simpáticas, que conservam ainda traços da sua origem medieval, localizadas a pouco mais de 13 km  de Lamego, num desvio da estrada nacional N226. Ambas tiveram o seu lugar importante na história e na cultura portuguesa, contudo Lazarim destaca-se pelo seu característico carnaval. Como tal, sugerimos que visitem o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica - CIMI  em Lazarim. 


O CIMI é um espaço dedicado à Máscara, cujo principal objetivo é a valorização e divulgação da máscara ibérica como património cultural, com importância e simbolismo bastante significativos. O museu está construído num antigo Solar dos Viscondes de Lazarim, onde estão expostos trajes, máscaras e objetos das mascaradas invernais e entrudos de Portugal e Espanha, incluindo utensílios utilizados no seu fabrico.




5. Tarouca 
Tarouca fica localizada a cerca de 20 km de Lamego. Conquistou o seu lugar nesta rota devido ao seu património cultural, desatacando-se a Igreja de São Pedro de Tarouca. 

Igreja de São Pedro de Tarouca
As primeiras referências à igreja de São Pedro remontam o ano de 1163, não havendo certezas se corresponde à data da sua construção. Segundo a tradição, esta terá sido a sétima igreja a ser fundada em Portugal, sendo construída sob uma antiga evocada a Santa Maria e que estaria localizada dentro do recinto amuralhado do antigo castelo de Tarouca. O rei D. Dinis terá doado o templo ao Mosteiro de Salzedas em 1297. O templo é originalmente românico, contudo apresenta algumas alterações em estilo manuelino e barroco. O pórtico principal apresenta um conjunto de arcos ogivais apoiados em colunas com capiteis ornamentados com motivos zoomórficos e vegetalistas. Nesta igreja está sepultado o 1º Conde de Tarouca, D. João de Meneses.  






Arco de Paradela
A pouco mais de 3 km do centro de tarouca, ergue-se no cimo de uma pequena colina um arco memorial da época medieval, em granito e de volta perfeita, que estaria acompanhado por mais dois iguais.  Segundo a tradição, quando o corpo do Conde de Barcelos estava a ser transportado de Lalim para ser sepultado na igreja do Mosteiro de São João de Tarouca, terá parado neste local, e em memoria foram ali erguidos três arcos em granito. 


Aqui termina o primeiro dia da road trip pelo Rota de Cister no Vale do Varosa. 

Dia 2 

O segundo dia é dedicado ao coração do Varosa e à origem de Cister em Portugal. Irão conhecer uma parte do magnifico legado deixados pelos monges cistercienses. 

6. Mosteiro de São João de Tarouca
O Mosteiro de São João de Tarouca está localizado no Vale do Varosa,  implantado na margem esquerda do rio Varosa, desde o inicio do século XII. Terá sido esta comunidade monástica a primeira a integrar a Ordem de Cister e por sua vez a edificar o primeiro mosteiro cisterciense em território português, no ainda Condado Portucalense. Na época, o Mosteiro de São João de Tarouca foi um imprescindível aliado de D. Afonso Henriques, na sua fundação da nacionalidade e na sua proclamação como rei de Portugal. 


D. Afonso Henriques doou e delimitou o couto do Mosteiro de São João de Tarouca em 1140, contudo a sua construção só foi iniciada em 1154.

Para uma visita guiada virtual ao mosteiro, sugerimos que cliquem aqui: Mosteiro de São João de Tarouca

7. Ponte Fortificada de Ucanha
Ucanha foi classificada como "aldeia vinhateira" por estar plantada nas imediações de uma região vinícola, representando uma das vilas mais antiga das redondezas. Os primeiros povos que aqui se instalaram foram os romanos, inclusivamente ainda se conservam os vestígios de uma estrada romana que fazia parte de uma importante via de ligação a Braga. Séculos mais tarde foram os monges da ordem de Cister que acompanharam o desenvolvimento da vila de Ucanha, conforme testemunha a ponte fortificada e a torre de portagem, que serviria à época de proteção na entrada nas terras do mosteiro de Salzedas. 


A tradição diz que aqui se instalou o assentamento primitivo do Mosteiro de Salzedas, designado na época por Abadia Velha.


Ucanha distribuiu-se de forma singular, desenvolvendo-se pela encosta que desce ao rio Varosa. Apresenta uma rua principal, a Rua Direita, perpendicular ao rio e que termina precisamente na ponte. 









Vestígios da Estrada Romana

8. Mosteiro de Santa Maria de Salzedas
O Mosteiro de Salzedas foi mandado erguer pela segunda esposa de Egas Moniz (aio de D. Afonso Henriques), D. Teresa Afonso, em 1168. 



A simetria é um fator importante na arquitetura dos mosteiros cistercienses, por isso é comum existirem "portas falsas" para preencher a simetria com as "portas verdadeiras"

Painel da sacristia com episódios da vida de São Bernardo (alguns são obviamente fantasiados)

Originalmente de estrutura românica, a sua igreja foi sagrada no século XIII (1225), tendo sido profundamente remodelado no século XVIII. Com a extinção das ordens religiosas em 1834 o mosteiro entrou em decadência e foi parcialmente desmantelado.


Hoje é possível visitar a igreja, os claustros e um dormitório bastante peculiar. Na zona que seriam os dormitórios funciona o museu de arte sacra. 


A única cela que se manteve bem conservada até hoje. O último monge que nela habitou seria de alguma forma criativo e revolucionário, uma vez que teve a ousadia de pintar os contornos do mobiliários nos locais onde estariam colocados.  Hoje, esta preciosa informação permite-nos perceber como se destruiriam os objetos de mobiliário da época. 


Parte da exposição do museu de arte sacra. De um lado temos a vida de São Bernardo do outro temos a vida de São Bento (sempre lado a lado no caminho de Cister)

Sala do Capítulo
         




Só por Curiosidade!
O Topónimo Salzedas provem do latim saliceta, que significa salgueiral, uma árvore bastante comum nas margens do rio Varosa. A ocupação humana deste território é muito antiga, ainda anterior à nacionalidade, por aqui passaram lusitanos e romanos, suevos e visigodos e mais tarde muçulmanos. Em redor do mosteiro foi-se desenvolvendo o burgo medieval, que cresceu devido à presença do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas.




9. Convento de Santo António de Ferreirim
O Convento de Santo António de Ferreirim não tem ligação à ordem de Cister, mas faz parte do conjunto monumental do Vale do Varosa. O convento encontra-se integrado em torno de uma torre senhorial datada do século XIV, último reduto da condição de poder senhorial naquele território. 


A fundação deste convento masculino franciscano inicia-se com a doação, em 1525, dos terrenos circundantes por D. Francisco Coutinho e esposa D. Brites de Meneses, Condes de Marialva. O convento é de traço manuelino do qual apenas sobreviveu um pórtico.  A maior referência deste convento são as oitos tabuas pintadas em 1533 e 1534 pelos Mestres de Ferreirim, Cristóvão Figueiredo, Garcia Fernandes e Gregório Lopes. 




10. Moimenta da Beira
Moimenta da Beira já se encontra fora dos limites do Vale do Varosa. Moimenta dista de Lamego cerca de 32 km e está implantada à beira da estrada nacional N226. 


Localizado no Terreiro das Freiras encontra-se o Mosteiro de Nossa Senhora da Purificação. Terá sido fundado por D. Fernão Mergulhão, requerendo ao Papa Clemente VIII uma autorização de construção em 1594. Seria um convento feminino de monjas beneditinas que se regiam pela regra de S. Bento. Em 1821 o Bispo de Lamego extinguiu esta comunidade religiosa, tendo as freiras e as rendas sido incorporadas no Convento das Chagas em Lamego. Com a extinção das ordens religiosas o convento passou a habitação particular, função que ainda hoje mantem. A igreja voltou a desempenhar a sua função  de culto, tendo sofrido algumas adaptações. 






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