Muito mais que uma cidade termal...
Roteiro para 1 dia
A cidade de Chaves localizada no norte de Portugal, quase na fronteira com Espanha, e dizemos-vos que foi uma agradável surpresa conhecer esta cidade. Conhecida pelas suas águas termais curativas, que tiveram um papel importante desde sempre, mas também pelos famosos Pasteis de Chaves.
Aquae Flaviae:
Foi assim que os romanos lhe chamaram. Após a conquista romana da península ibérica, a Hispânia, à semelhança do que aconteceu noutras regiões, as legiões fixaram-se exatamente onde atualmente está implantada a cidade de Chaves. Aquae Flaviae, deve o seu nome à nascente de água termal, e chegou a ser uma importante civitas da província Gallaecia. As suas águas termais foram consideradas as melhor do império romano. Aliás, a própria criação da cidade deveu-se à existência de um balneário e de um centro religioso dedicado às Ninfas (figura mitológica romana de elevada importância religiosa), naquele que era um importante itinerário que ligaria Bracara Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga, Espanha). A importância da cidade romana foi comprovada mediante o registo da existência de determinados monumentos de envergadura considerável, à época.
O que visitar em Chaves!
Chaves é uma cidade muito bonita e com muito para descobrir. Selecionamos alguns locais da cidade que sugerimos que visitem. Este roteiro foi baseado na nossa experiência pessoal.
Estas são as águas de Chaves, aquelas que contribuíram para a fixação dos romanos e implantação de uma cidade neste sítio termal, que atualmente faz parte da Rotas das Águas Termais do Gerês e da Península Ibérica. São fontes naturais, publicas, com água mineral quente, a uma temperatura de 76ºC, quer seja Verão ou Inverno. As propriedades desta água termal são benéficas para doenças reumáticas, são doenças que afetam o sistema músculo-esquelético (músculos, ossos, articulações e tendões). Atualmente o visitante pode provar a água no complexo termal, aberto à comunidade. Quem tem indicação para tais tratamento deve ingerir a quantidade água prescrita pelo médico das termas.
Os romanos foram os primeiros a usufruir desta dádiva da Natureza. Foi o Imperador Titus Flavius Vespasianus que fundou a cidade e lhe "deu" o seu nome, daí o nome Aquae Flaviae. Após a queda do império romano, Suevos e Visigodos, tomaram a cidade e a região envolvente, e devido às sucessivas batalhas quase destruíram a cidade. Mais tarde, com a formação da nacionalidade e a tomada de Chaves, as águas das Caldas voltaram a ser utilizadas, até aos nossos dias.
A primeira fonte de mergulho das termas foi construída em 1807, e foi criada para uso dos militares da Praça-Forte. As invasões francesas impediram a construção do balneário previsto. Contudo em 1890 a Câmara Municipal mandou construir a Fonte do Gradeamento, ao lado da que já existia, da qual se retirava a água fervente.
A Avenida de Trajano acompanha uma parte do rio Tâmega. É de facto um agradável passeio indispensável para quem visita Chaves.
2. Ponte Romana de Chaves (Ponte de Trajano)
A Ponte Romana sobre o Rio Tâmega é a mais importante herança do império romano de Aquae Flaviae, que chegou aos nossos dias quase intacta. Foi concluída a sua construção no tempo do imperador Trajano (séc. I/II), motivo pelo qual ainda carrega o nome do imperador. Mede cerca de 150 metros de comprimento e 12 arcos de volta perfeita que sustentam o tabuleiro da ponte. Contudo há pelo menos mais seis arcos soterrados pelas construções, ou seja, no século II esta ponte seria ainda mais comprida. A meio do tabuleiro da ponte encontram-se dois documentos epigráficos de carácter honorífico em tributo das gentes flavienses e dos dez povos que ajudaram a sua construção. É o postal da cidade de Chaves.
3. Ruínas das Termas Romanas
O complexo arqueológico Aquae Flaviae eram as termas de Chaves originais. As primeiras a serem edificadas e ponto de crescimento da cidade. Estão na lista das termas mais bem conservadas da Península Ibérica (Hispânia) e das maiores de todo o império romano à época. Todo o edifício incluía duas grandes piscinas, sete piscinas mais pequenas, um complexo hidráulico de abastecimento às infraestruturas e uma grande abóbada.
4. Igreja de Santa Maria Maior
A Igreja da Santa Maria é a igreja matriz de Chaves. É um templo de origem românica, construído no século XII sobre outro de origem visigótica do qual ainda se mantém a torre sineira e o seu portal de estrutura medieval.
A Praça de Camões está localizada no centro histórico de Chaves e onde noutros tempos decorria a vida cívica dos flavienses. Para além da Igreja da Misericórdia, destacam-se outros monumentos de interesse.
O Edifício da Câmara Municipal e Estátua de D. Afonso
As casas típicas
Quando Chaves caiu em mãos cristãs, nos finais do século IX, a cidade foi de imediato fortificada a mando dos reis asturianos (espanhóis). Nos séculos seguintes, o castelo de Chaves estaria incluído no dote de casamento de D. Teresa e de D. Henrique o que atribuiria um importante papel defensivo à cidade em prol da defesa do território que viria a ser Reino de Portugal. Contudo, grande parte da construção do edifício ocorreu no período gótico, durante o reinado de D. Afonso III, sendo que as morosas obras estenderam-se até ao reinado de D. Dinis. Após a formação da nacionalidade este castelo assumiu a imponência de principal praça-forte transmontana da defesa de Portugal contra os sucessivos ataques de Castela. A Torre de Menagem alberga um museu e é possível subir à torre. No jardim irão encontrar algumas peças do Museu da Região Flaviense.
7. Forte e Convento de São Francisco
No inicio da nacionalidade foi fundado nos arredores da então vila de Chaves, o convento de S. João da Veiga pertencente à Ordem dos Templários, que depois se viria a consagrar à Ordem da Soledade de São Francisco. Ao longo dos século este forte teve um importante papel na linha defensiva do território, nomeadamente foi cenário da vitoria do General Silveira contra os franceses do exercito de Soult em 1809.
8. Os Pasteis de Chaves
Pois bem, não serão apenas as águas termais que nos levariam a Chaves, os deliciosos Pasteis de Chaves também nos encheram as medidas. É um pastel em forma de meia-lua, de massa folhada recheada com carne de vitela picada. Não se tem certezas quanto à sua origem, mas podemos garantir que são deliciosos e de sabor único. Não devem sair de Chaves sem provar o famoso Pastel de Chaves. Nós além do pastel bebemos uma cerveja artesanal, na cervejaria "Abade".
Apesar de não termos visitado, recomendamos que ponderem visitar o Núcleo do Museu Ferroviário de Chaves. O espaço museológico ocupa a antiga cocheira da estação ferroviária de terminus da Linha do Corgo, que ligava Chaves à Régua.
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