Muito mais do que uma aldeia!
Era uma vez uma aldeia localizada no único parque nacional português, o Parque Nacional Peneda-Gerês, onde há muitos, muitos anos atrás os monges cistercienses a escolheram para implementar um dos mais importantes mosteiros da ordem de Cister. Pois bem! Contado desta forma parece quase um conto lendário de um livro de histórias qualquer, mas não, esta aldeia existe e merece uma atenção especial. Quando começarem a descer a calçada de pedra arcaica, irão sentir que estão a entrar num território muito especial e que aquele caminho recuará séculos até chegarem ao lugar onde existiu um mosteiro, legado da ordem de Cister em Portugal, de grande importância do ponto de vista religioso e artístico. Aqui estão guardados os segredos de séculos de História.
Como chegar?
Pitões das Júnias é uma aldeia transmontana, localizada em pleno Parque Nacional Peneda-Gerês muito perto da fronteira espanhola de Tourém, a ultima aldeia portuguesa daquela fronteira. A aldeia em si é um "museu" a seu aberto por isso não é aconselhável circular nas suas sinuosas rua de carro. Por esta razão, aconselhamos que estacionem o vosso carro no parque de estacionamento junto à escola primária e a partir daí percorram as ruas da aldeia. O Mosteiro fica localizado um pouco mais afastado da aldeia, e por isso é natural que encontrem sinalização do mosteiro logo à entrada. Podem visitar o mosteiro e a cascata e, seguir de carro até a aldeia ou ao contrário.
O que visitar na aldeia de Pitões das Júnias!
Na aldeia de Pitões das Júnias sugerimos que percorram as silenciosas ruas. Uma vez que a aldeia está inserida na região do Barroso e por sua vez pertence ao concelho de Montalegre, os locais etnográficos estão identificados como "Museu do Barroso". Estes pequenos núcleos etnológicos são a recriação das atividades tradicionais de subsistência do dia-a-dia numa aldeia.
1. Moinho
2. Canastro (Espigueiro)
3. Forno do Povo
4. Corte de Boi
A Corte de Boi era onde o povo criava os bois. Atualmente este espaço foi convertido em museu etnográfico onde estão expostos elementos que fariam parte de uma habitação rústica de antigamente. Os objetos que compõem o espólio foram doados pela população. Este espaço não está sempre aberto, supostamente deveria estar aberto aos fins de semana, contudo tentem visitá-lo e pode ser que a sorte esteja do vosso lado.
5, Taberna Terra Celta
Em dias de Invernos podem sempre entrar nesta taberna e beber qualquer coisa, vai parecer uma viagem medieval.
6. Casa do Preto
Este será um estabelecimento onde se irão perder nos sabores da aldeia. Tudo o que é bom em Trás-os-Montes vende-se aqui.
8. Padaria de Pitões das Júnias
A padaria é outro lugar de perdição de sabores de Pitões das Júnias. Sempre que visitamos a aldeia a segunda paragem obrigatória é nesta padaria. É quase tão famosa como o mosteiro! Para além do pão, recomendamos os bolos Rosca, são maravilhosas. Olhem só para esta montra...
Não resistimos à montra e depois de uma caminhada bem que merecemos um prémio destes! |
Ao redor da aldeia consegue-se perceber que a criação do Barroso continua a ser a atividade principal da região.
9. Mosteiro de Santa Maria das Júnias e Cascata de Pitões
Aponta-se a sua fundação para o século XII, talvez 1147, por uma comunidade monástica, de carácter beneditino, que pertenciam a Ordem de Cluny, criada em Borgonha no início do século X. Mais tarde, houve uma reforma do pensamento monástico, em que alguns monges beneditinos quiseram afastar-se da Ordem de Cluny, surgindo então um novo pensamento (regra) que deu origem a uma nova ordem religiosa, a Ordem de Cister. Os monges de Santa Maria das Júnias adotaram a regra de Cister, no século XIII. Foi a Ordem de Cister que foi modificando o estatuto do mosteiro, o qual sempre teve ligado ao mosteiro beneditino cluniacense de Santa Maria de Oseira, na Galiza. A ordem de Cister deteve este mosteiro até ao lamentável ano de 1834 aquando a extinção das ordens religiosas.
10. Trilho de Pitões das Júnias
Para os amantes de caminhadas e de trilhos na montanha, sugerimos que façam o trilho PR - Pitões das Júnias. Este trilho dá volta à aldeia. incluindo o mosteiro e os outros miradouros sobre os pináculos de Pitões. O trilho inicia-se junto ao cemitério de Pitões das Júnias, no local chamado de "Anjo" ponde está localizado um centro geodésico e a partir daí basta seguir as marcações. É um trilho circular, com uma extensão de 3.5km e que se faz em cerca de 2 horas já a contar com a fotografia. Devem escolher um dia sem chuva e sem nevoeiro para usufruírem o melhor possível da paisagem e sem correr perigos. Comida e água devem fazer parte do vosso aprovisionamento na mochila.
O Topónimo de Pitões, deriva de um topónimo de raiz antiga "Pitt" que significa pontiagudo. Ora "Pitt" significa "pináculos" da montanha que rodeia a aldeia. Contudo mais tarde, já no reinado de D. Afonso III surge o topónimo de "Pitanha", que a sua forma nasalada evolui para Pitões. Como era um local com extensa criação de vacas (barroso) chegou a designar-se de "Vacariça de Pitões". Júnias não se sabe muito bem de onde deriva, talvez o topónimo tenha surgido com a Nossa Senhora, padroeira do mosteiro.
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